A empresa de leasing Aircastle deve retomar 10 jatos da Avianca Brasil, quarta maior companhia aérea do País, após uma audiência do processo de recuperação judicial na começo da semana disse uma fonte familiarizada com o assunto, potencialmente comprometendo os voos de milhares de passageiros.
Os 10 aviões Airbus A320 representam mais de 20% da frota atual da Avianca Brasil, de acordo com dados fornecidos pela agência reguladora de aviação, Anac.
A companhia aérea pode perder mais aviões no futuro. A GE Capital Aviation Services e uma subsidiária estão buscando retomar 12 Airbus A320 da Avianca Brasil, de acordo com James Luton, um porta-voz da GE.
Quando pediu recuperação judicial no mês passado, a Avianca Brasil admitiu a possível perda de 14 aviões, o que segundo ela afetaria 77 mil passageiros em um período de três semanas.
Um representante da Avianca Brasil se recusou a comentar o assunto. O pedido de recuperação veio depois de anos de prejuízos crescentes e pagamentos atrasados de aeronaves.
O pedido de recuperação, ao mesmo tempo em que protege os credores, não cobre arrendamentos, que são a fonte de toda a frota de 46 aeronaves da empresa.
Entre o fim de 2016 e setembro de 2018, os passivos da Avianca Brasil para empresas de leasing de aeronaves quintuplicaram para R$ 415 milhões, de acordo com as demonstrações financeiras da empresa.
Um juiz manteve a decisão que teria permitido que a Aircastle recuperasse os aviões no mês passado. Essa decisão, no entanto, expira na próxima segunda-feira, 14.
Sem propostas
Desde que essa decisão foi tomada, disse a fonte, a Avianca Brasil não fez nenhuma proposta à Aircastle que a permitisse manter os aviões. A aérea deve à Aircastle mais de US$ 30 milhões, acrescentou a fonte.
O negócio é importante para a Aircastle, uma vez que a Avianca Brasil é seu maior cliente individual, representando cerca de 7% de seu valor contábil, de acordo com as divulgações financeiras da empresa de leasing.
A Avianca Brasil é separada da Avianca Holdings, com sede na Colômbia. Mas elas são do mesmo dono, o empresário boliviano German Efromovich.
A United Continental Holdings concedeu à empresa um empréstimo de US$ 500 milhões em novembro passado. Nenhuma das partes revelou por que o empréstimo é necessário, mas Efromovich foi processado por não pagar suas dívidas nos Estados Unidos e no Brasil nos últimos anos.
Fonte: Estadão
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