O futuro da Cultura de Segurança Operacional por Natália Duarte

O futuro da Cultura de Segurança Operacional por Natália Duarte

“Acidente Zero é um termo usado na aviação como meta a ser alcançada.”

É de conhecimento de todos que toda crise traz oportunidades para alguns setores e, também, vem acompanhada de uma série de mudanças que precisam ser implementadas pelas empresas para acompanhar os avanços e as soluções de mercado.

Viver em meio à pandemia de COVID-19 nos traz reflexões sobre os novos modelos de comportamento e negócio e como as empresas e setores poderão se ajustar à esta realidade.

No SGSO não é diferente, pois seu dia a dia é dinâmico e depende das relações interpessoais para alcançar sucesso nos seus objetivos. Afinal de contas, uma organização com a cultura de segurança operacional bem consolidada e forte segue em direção ao tão almejado “acidente zero”¹.

E como podemos pensar em cultura de segurança com tantas restrições de contato? Será que digitalizar tudo vai garantir os mesmos ou melhores resultados?

Essas perguntam martelam a cabeça de gestores em todo país, que sabem que a cultura de Segurança Operacional não é algo que é implantado em uma pessoa e vive ali para sempre, mas algo que precisa ser constantemente alimentado para trazer bons frutos. E é por isso que um dos pilares da Segurança Operacional é a Promoção, que com planejamento bem desenhado com base nos dados de indicadores, relatos de prevenção, entre outros, consegue perceber quais as necessidades de reforço da cultura de segurança e por quais canais de comunicação disponíveis (murais, campanhas, revistas, jornais, palestras, workshops) os objetivos seriam alcançados com eficiência.

No atual momento, o ideal é fazer uma gestão da mudança, entender o cenário de sua organização, quais as ferramentas de promoção que já possuem e de que maneira estas ferramentas podem se adequar às restrições, decretos e questões sanitárias presentes, até que se tenha um panorama definitivo em relação ao enfrentamento da COVID-19. (O que esperamos que venha junto com a vacina)

É possível que sua empresa precise implementar novas ferramentas e metodologias para garantir que a cultura de segurança não irá se perder neste momento. Não somente pelas restrições impostas, mas também por muitos funcionários da própria organização, parceiros ou comunidade aeroportuária² estarem afastados de suas atividades de rotina. Por isso é tão importante entender o cenário, a realidade do público alvo, em questões de acesso e familiarização com a tecnologia, para que possa desenvolver de maneira assertiva as ferramentas de introdução e manutenção da cultura de segurança operacional. Em outras palavras, é preciso propor medidas que mitiguem o risco que estejam atreladas ao cenário mais real possível para que o resultado obtido seja satisfatório.

As perguntas do texto servem como provocação aos gestores das diversas empresas que possuem área de Safety refletirem sobre os riscos presentes neste período, as possíveis mudanças tecnológicas e de mercado para o setor e, principalmente, a eficácia das ações propostas, para que possam seguir em frente e continuar garantindo segurança nas operações.

 

¹ Acidente Zero é um termo usado na aviação como meta a ser alcançada. Porém, é importante ressaltar que a gestão de risco ao longo dos anos já demonstrou que cada organização possui um cenário e que diversos fatores, internos e externos, contribuem para condições de perigo que, devido a própria necessidade operacional, não podem ser eliminados, mas reduzidos à níveis aceitáveis.

² Comunidade aeroportuária é o termo usado para o conjunto de pessoas de diversas empresas que atuam, direta ou indiretamente, em um aeroporto para garantir sua operação.

Qualquer dúvida ou perguntas sobre o conteúdo ou curiosidades sobre assuntos relacionados à Segurança Operacional, terei o prazer de responder. Basta enviar um e-mail para n.venzel@gmail.com.

 

Natália Duarte (https://www.linkedin.com/in/nat%C3%A1lia-duarte-a4545ba8/)é Especialista em Segurança Operacional, formada em Administração e possui  MBA em Liderança e Gestão de Pessoas pela UFRJ. Tem 10 anos de experiência em aeroporto e já atuou em diversos segmentos como manutenção, construção civil e SGSO. Tem 4 anos de experiência em Segurança Operacional, mais de 8 capacitações na área de prevenção, auditorias e instrução e já desenvolveu diversas atividades de gestão de risco e mudanças, uso de drones, auditorias de Segurança Operacional, OPEA (objetos Projetados no Espaço Aéreo), Investigação de ocorrências aeronáuticas, indicadores de desempenho (KPI), entre outros assuntos de relevância para o setor.

11 comentários
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11 Comentários

  • Guilherme Teixeira
    29/07/2020, 18:20

    Ótima publicação, parabéns!
    A aviação mundial está vivendo uma crise sem precedentes e indo de acordo com seu artigo, também acredito que o que mais pode afetar a cultura de segurança é o fato dos colaboradores estarem afastados de suas atividades, atividades estas que antes eram rotineiras e agora passaram a ser esporádicas. Será necessário muita criatividade e dedicação dos gestores de segurança para que possamos passar por essa crise sem comprometer a segurança de nossas operações.

    REPLY
  • Raphaela
    29/07/2020, 18:23

    É realmente muito importante que os setores da aviação se reinventem e se reajustem à realidade que possui cenários dinâmicos. Excelente artigo!

    REPLY
  • Fábio Gonçalves
    29/07/2020, 18:58

    Excelente artigo Natália. Obrigado por compartilhar seu conhecimento.

    REPLY
  • Erica
    29/07/2020, 19:06

    Ótimo artigo! Parabéns!

    REPLY
  • Fernanda
    29/07/2020, 19:08

    Excelente artigo!

    REPLY

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