Jato da Embraer teve defeito semelhante ao do Boeing 737 Max e quase sofreu acidente, dizem EUA

Jato da Embraer teve defeito semelhante ao do Boeing 737 Max e quase sofreu acidente, dizem EUA

O caso foi relatado por investigadores do governo dos EUA. O Conselho americano de Segurança de Transporte Nacional (NTSB, na sigla em inglês) já enviou dez recomendações ao Brasil sobre o problema no avião da Embraer, bem como aos órgãos reguladores dos Estados Unidos.

WASHINGTON — Pilotos da companhia aérea americana Republic Airways Services reportaram que, em novembro, ao decolarem da cidade de Atlanta, perderam a capacidade de levantar e abaixar o nariz de um avião da Embraer, modelo EMB-175, numa falha semelhante à que causou os dois acidentes com o Boeing 737 Max que mataram 346 pessoas num intervalo de cinco meses.

O caso foi relatado por investigadores do governo dos EUA. O Conselho americano de Segurança de Transporte Nacional (NTSB, na sigla em inglês) já enviou dez recomendações ao Brasil sobre o problema no avião da Embraer, bem como aos órgãos reguladores dos Estados Unidos.

Em nota, a Embraer informou que participa das investigações e adota medidas de segurança que estão em linha com as recomendações feitas pelo órgão norte-americano. Essas medidas, de acordo com a companhia brasileira, foram divulgadas para os clientes da fabricante de aviões em dezembro do ano passado:

“Estas recomendações envolvem tornar obrigatória uma modificação no manche para evitar uma montagem invertida da chave de comando, modificação esta que já está incorporada na linha de produção e disponível para incorporação na frota desde 2015, assim como uma inspeção nas cablagens da base da coluna do manche quanto a possível atrito ou danos. Além disso, o NTSB recomendou aos operadores analisar o procedimento operacional relativo à respectiva falha para implementação de possíveis melhorias.”

Veja:Cade aprova compra de parte da Embraer pela Boeing

Segundo o relato dos investigadores dos EUA, os procedimentos de emergência seguidos pelos pilotos, que estavam operando a aeronave para a American Airlines, não resolveram a falha imediatamente, disse o NTSB. E o problema foi difícil de detectar, segundo os pilotos. Defeito semelhante ocorreu nos desastres fatais com o 737 Max.

O jato regional em que a falha ocorreu transportava seis passageiros e quatro tripulantes, e tinha acabado de decolar quando o comandante percebeu que a aeronave estava tentando puxar agressivamente o nariz para cima.

Junto com o copiloto, ele seguiu os procedimentos de emergência que já sabia de cor para esse tipo de problema, mas de nada adiantou. Segundo o relato, os dois precisaram puxar o manche e seu suporte com as duas mãos para conseguir controlar o avião. No fim, o copiloto conseguiu usar um comando manual para para nivelar o jato e eles foram capazes de retornar ao aeroporto, aterrissando em segurança.

No caso do Boeing 737 Max, a falha fazia com que o avião apontasse seu nariz para baixo, e os pilotos não conseguiram achar a causa do problema para desconectar o motor com defeito.

No incidente de Atlanta, o NTSB diz ter encontrado evidências de fios elétricos desgastados, que poderiam ter provocado um curto-circuito. Mas o conslelho ainda não concluiu qual foi a causa específica da falha.

O conselho enviou alertas à Agência Nacional de Aviação Civil brasileira (Anac) e à Administração Federal de Aviação americana (FAA, na sigla em inglês) para fazer inspeções buscando problemas similares em jatos do mesmo modelo e verificar se os procedimentos de emergência dele precisam ser revisados.

Redação
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