Com apenas três grandes companhias aéreas, o Brasil tenta incentivar a abertura de novos concorrentes. A mais nova iniciativa foi anunciada na semana passada pelo grupo Itapemirim, tradicional no setor de transporte rodoviário. Seu CEO, Sidney Piva, disse que sua empresa obteve uma contribuição de US $ 500 milhões de um dos fundos soberanos dos Emirados Árabes Unidos para criar uma companhia aérea.

O executivo antecipou que 35 aeronaves Bombardier já haviam sido encomendadas com dois tipos de configuração de cabine: 15 unidades com capacidade para cerca de 80 passageiros e o restante para 100 ocupantes. Piva não especificou quais aeronaves são, mas, dado o número de assentos mencionados, é provável que sejam jatos regionais na linha CRJ, atualmente de propriedade da Mitsubishi Aircraft.

Segundo o empresário, a primeira aeronave será entregue em 2021. Piva também disse que pretende oferecer um serviço integrado de ônibus e avião para o transporte de carga e passageiros. “Algo que não existe em nenhum outro lugar do mundo”, disse ele a um jornal local.

O plano de Itapemirim também inclui a participação em duas concessões para os 21 aeroportos regionais no estado de São Paulo. “Nosso objetivo é adquirir um ou ambos os lotes que o governo de São Paulo acaba de lançar”, afirmou o empresário.

Carga aérea

Se o projeto avançar, não será seu primeiro empreendimento no setor. Entre 1991 e 2000, Itapemirim operava uma divisão de carga aérea, mas sua licença foi suspensa pelas autoridades. A empresa ainda operava seis jatos Boeing 727 configurados como cargueiros.

Em julho de 2017, Itapemirim também anunciou que assumiria o controle da companhia aérea Passaredo, mas a transação foi cancelada dois meses depois. A empresa está atualmente em falência, uma condição que ele espera deixar nos próximos meses, prometeu o executivo.

Fonte: Airway