Sobre Pipas e Aviões. Por Natália Duarte

Sobre Pipas e Aviões. Por Natália Duarte

Diversos acidentes já foram registrados com danos em estruturas, aviões, veículos e lesões sérias em pessoas, levando até a morte.

Historicamente as pipas ocupam um lugar de diversão em família, onde esse hábito é passado por gerações. Mesmo com todo o avanço tecnológico e a redução do interesse de crianças e jovens por atividades ao ar livre, escolhendo se manter conectados a todo tempo, ainda é possível observar essa prática de soltura de pipa em várias regiões do país, dando destaque para as mais periféricas. Também é possível perceber que se estende aos adultos, que se juntam aos jovens principalmente nos finais de semana.

Por muitos anos diversas campanhas foram feitas para orientar crianças e jovens sobre os perigos da soltura de pipa em dias com chuvas e raios, onde a pipa pode se tornar um condutor da eletricidade, e perto de fiações elétricas, podendo fechar curto circuito ocasionando um choque. Esses riscos evoluíram quando o cerol foi adicionado à brincadeira. Com intuito de criar algo que facilitasse cortar a linha da pipa do outro, objetivo das competições, uma mistura de cola, areia e caco de vidro foi incluída. Com isso, a preocupação com a prática aumentou, com registros de diversos acidentes envolvendo cortes nas mãos e corpo de crianças e jovens, pescoço e corpo de motociclistas e pedestres, estruturas diversas da cidade e, também, de aeronaves. Diversos acidentes já foram registrados com danos em estruturas, aviões, veículos e lesões sérias em pessoas, levando até a morte.

Em 2019 foi sancionada a Lei 17.201, proibindo o uso, a posse, a fabricação e a distribuição de linhas com cerol ou similares, como a linha chilena. Mesmo após a Lei, ainda se tem registros dessa prática causando mortes e sérios prejuízos para a sociedade. A pessoa flagrada utilizando ou vendendo linha com cerol também pode ser classificada no Artigo 261 do Código Penal, que prevê pena de 2 a 5 anos de reclusão.

A aviação sofre de maneira considerável com esse perigo, tendo em vista que seu encontro com as pipas ocorre nas fases mais críticas do voo, na aproximação ou decolagem, podendo ser ingerida pelos motores ou cortar partes importantes da aeronave contribuindo com a sua queda. O ponto de maior atenção são as asas, onde fica armazenado o combustível. Além dos riscos no ar, também há os com as pipas que já caíram no sítio aeroportuário, se tornando FOD com potencial de ser sugado pela turbina da aeronave, podendo causar danos substanciais, além de impactos operacionais.

Para mitigar esses riscos as administrações aeroportuárias elaboram campanhas juntos as escolas do entorno e publicam NOTAM como uma forma de alertar os operadores para esse perigo. Apesar de todo o esforço, ainda não foi possível mitigar esse risco de maneira eficiente, sendo necessária uma ação mais efetiva de políticas públicas que fiscalize e confisque materiais proibidos pela Lei, responsabilizando os que utilizam dessa prática.

Se você solta pipa ou conhece alguém que faz, compartilhe essas informações para que essa brincadeira continue divertida, mas que seja segura para quem faz e todos a sua volta.

Fotos : CIAC Aeroclube de Santa Catarina (SSKT) https://aeroclubesc.com.br/

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Natália Duarte

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  • Velasques
    24/01/2025, 18:55

    Artigo excelente

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