Helicóptero Black Hawk estava sem rastreamento ativo durante colisão fatal nos EUA, levantando questões sobre segurança aérea e uso do ADS-B
O senador norte-americano Ted Cruz afirmou que o helicóptero militar Black Hawk UH-60L, envolvido na colisão aérea sobre o rio Potomac, em Washington, D.C., estava com o sistema ADS-B desativado. O acidente, ocorrido em 29 de janeiro de 2025, envolveu também um jato regional da American Airlines. Como resultado, todas as 67 pessoas a bordo das aeronaves morreram. Essa revelação levanta questões sobre os protocolos de segurança dos voos militares de treinamento.
Colisão entre Black Hawk e jato da American Airlines
O acidente aconteceu quando o voo 5342 da American Airlines, um Bombardier CRJ700, realizava a aproximação final ao Aeroporto Nacional Ronald Reagan. No mesmo momento, um helicóptero Black Hawk do Exército dos EUA realizava um treinamento noturno. Assim, as duas aeronaves se encontraram no espaço aéreo restrito de Washington, D.C.
A colisão ocorreu a baixa altitude e fez com que os destroços caíssem no rio Potomac. Devido ao impacto, 60 passageiros e quatro tripulantes do jato, além dos três militares do helicóptero, não sobreviveram.
ADS-B estava desativado no Black Hawk
O sistema ADS-B (Automatic Dependent Surveillance-Broadcast) transmite a posição, altitude e velocidade das aeronaves em tempo real. Como esse sistema auxilia os controladores de tráfego aéreo e outros pilotos, ele reduz o risco de colisões.
Apesar da importância do ADS-B, o Black Hawk operava com o sistema desativado. Segundo Ted Cruz, a missão era apenas um treinamento, e o helicóptero não deveria voar sem rastreamento. Portanto, especialistas agora questionam se a desativação do ADS-B ocorreu por protocolo ou por erro humano.
Investigação e medidas emergenciais
A Junta Nacional de Segurança no Transporte (NTSB) iniciou uma investigação para esclarecer as causas do acidente. Os investigadores já descobriram que o Black Hawk ultrapassou a altitude permitida para aquela rota. Em vez de voar a 200 pés, o helicóptero operava a 300 pés, o que aumentou o risco de colisão.
Além disso, os especialistas estão analisando os gravadores de voo recuperados das aeronaves. A NTSB também investiga se os controladores de tráfego aéreo enfrentaram sobrecarga de trabalho ou dificuldades técnicas.
Diante da gravidade do caso, a Administração Federal de Aviação (FAA) impôs restrições temporárias para voos militares em Washington, D.C.. Ao mesmo tempo, a agência iniciou uma revisão dos protocolos de segurança para aeronaves militares que operam em espaços aéreos civis.
Política sobre o uso do ADS-B gera debates
O acidente reacendeu o debate no Congresso dos EUA sobre a política de desativação do ADS-B. Desde 2018, as regras da FAA permitem que aeronaves militares desliguem o sistema em determinadas operações. No entanto, senadores como Maria Cantwell argumentam que essa política coloca em risco a segurança do tráfego aéreo.
Especialistas do setor de aviação também pressionam por mudanças. Segundo analistas, o ADS-B deveria ser obrigatório para todos os voos militares não classificados, evitando tragédias futuras.
Conclusão e próximos passos
As equipes de resgate já iniciaram a recuperação dos destroços do Black Hawk, incluindo o motor direito e o rotor de cauda. Enquanto isso, os investigadores analisam os dados das caixas-pretas para entender os segundos finais antes da colisão.
A NTSB planeja divulgar um relatório preliminar em breve. Caso as investigações confirmem falhas nos protocolos de segurança, o Congresso poderá alterar as regras sobre o uso do ADS-B em voos militares. Assim, a tragédia pode levar a mudanças significativas na aviação dos EUA.
Fonte: Aerotime
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