A Boeing projeta que a frota de aeronaves comerciais na Índia e no Sul da Ásia crescerá quatro vezes nos próximos 20 anos. Segundo a empresa, as companhias aéreas da região adicionarão 2.835 novas aeronaves até 2043. Esse crescimento acelerado será impulsionado pela expansão da classe média, pelo aumento da demanda por viagens aéreas e pelo fortalecimento econômico da região.

Expansão da frota na Índia e no Sul da Ásia

O mais recente Commercial Market Outlook (CMO) da Boeing destaca que o tráfego aéreo na região crescerá mais de 7% ao ano. Para atender a essa demanda, as companhias aéreas precisarão de uma frota maior e mais moderna.

Das novas aeronaves previstas, 2.445 serão de corredor único, como o Boeing 737 MAX, representando 90% das entregas. Outros 370 aviões serão de fuselagem larga, incluindo modelos como o Boeing 787 Dreamliner e o 777X, essenciais para rotas internacionais de longa distância.

A Boeing reforça que o crescimento da frota está diretamente ligado ao aumento da conectividade na região. Além disso, as companhias aéreas de baixo custo desempenham um papel crucial na popularização das viagens aéreas.

Fatores que impulsionam o crescimento

A aviação na Índia já é a terceira maior do mundo em termos de tráfego doméstico, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Com a ascensão econômica e o crescimento da classe média, mais pessoas estão optando por viajar de avião.

Ashwin Naidu, diretor de marketing comercial da Boeing para a Índia e o Sul da Ásia, destacou que o mercado está em plena expansão. Segundo ele, as companhias aéreas da região precisarão de aeronaves mais eficientes para lidar com a crescente demanda nos próximos anos.

Outro fator importante é o crescimento do comércio eletrônico e da indústria de manufatura avançada. A Boeing prevê que a frota de cargueiros da região aumentará cinco vezes, impulsionada pelo desenvolvimento das cadeias globais de suprimentos.

Desafios para as companhias aéreas

Apesar do cenário positivo, as companhias aéreas da região enfrentam desafios como custos elevados de combustível, variações cambiais e dificuldades na cadeia de suprimentos. A Airbus e a própria Boeing enfrentam atrasos na entrega de aeronaves devido a gargalos na produção.

Além disso, tarifas aéreas mais baixas em comparação com a média global podem dificultar a rentabilidade das companhias. Por isso, as empresas precisarão investir em eficiência operacional e em frotas mais modernas para reduzir custos.

Perspectivas futuras

Com a expansão da aviação na Índia e no Sul da Ásia, a demanda por mão de obra especializada crescerá significativamente. A Boeing estima que a região precisará de 129.000 novos pilotos, tripulantes de cabine e técnicos de manutenção para acompanhar a expansão da frota.

Além disso, as rotas internacionais da Índia para a América do Norte devem dobrar em capacidade. Com isso, as companhias aéreas locais buscarão expandir suas operações em voos de longa distância, aumentando sua competitividade global.

O relatório da Boeing reforça que a Índia e o Sul da Ásia são os mercados de aviação que mais crescem no mundo. Se as previsões se confirmarem, a região se tornará um dos principais polos da aviação comercial global nas próximas décadas.

Fonte: AeroTime