Filtração de combustíveis de aviação (AvGas). Por Alexandre Saraiva

Filtração de combustíveis de aviação (AvGas). Por Alexandre Saraiva

A busca por melhorias tecnológicas e processos mais eficientes é constante, visando garantir a máxima qualidade e confiabilidade no fornecimento de combustível para aeronaves.

Todos os produtos de aviação têm um rigor excessivo para com sua qualidade. Motivos não faltam. O combustível com má qualidade pode ocasionar problemas durante o voo e dependendo da gravidade até derrubar uma aeronave.

Por conta disto, as equipes de operadores de abastecimento de aeronaves são rigorosamente treinadas (pelo menos devem ser) em todos os aspectos de qualidade dos combustíveis. Não diferente disto e até com elevada importância a filtração de combustíveis de aviação garantem um produto longe de impurezas que garantem sua máxima qualidade.

O produto, que já foi filtrado nos terminais e nas bases de distribuição, chega ao aeroporto com e novamente passa por processos de filtração. Após a análise inicial já mencionada em episódios anteriores, onde se verifica visualmente a presença de detritos e água, o produto ausente desse material é liberado para recebimento no aeroporto.

Esse produto, no recebimento é drenado por um filtro cesta que retém contaminantes sólidos grosseiros. Esse tipo de filtro tem uma malha de 100 mesh (aproximadamente 149 microns). Ao final de cada descarga o filtro cesta deve OBRIGATORIAMENTE ser aberto e analisado, para fins de verificar se aquele veiculo transportador trouxe consigo algum tipo de impureza que não foi possível verificar nas análises iniciais.

Dentro do sistema do SKID também existem filtro mais rigorosos do tipo micrônico, que retém contaminantes sólidos com dimensão superior a 2,0 micrômetros (geralmente utilizados). Existem elementos para retenção de partículas sólidas com dimensão superior a 0,5 micrômetros. Esses elementos atualmente são construídos conforme norma EI 1590 – 3ª edição.

Já nos CTAs recomenda-se os filtros de Defesa Contra Sujeira (DDF), baseados na norma EI 1599, retêm contaminantes sólidos com dimensões a partir de 3,0 micrômetros. Esses filtros, que atendem aos requisitos de qualificação da EI 1599, podem ser utilizados em vasos de pressão que anteriormente empregavam elementos monitores. É essencial que os sistemas de filtro de defesa contra sujeira sejam utilizados em conjunto com um dispositivo de detecção de água (EWS), assegurando que o teor de água livre no combustível esteja dentro dos limites aceitáveis para aeronaves. Ao instalar esse tipo de filtro, uma placa de conversão fornecida pelo fabricante deve ser adicionada ao vaso, validando a mudança de tecnologia implementada.

Também estão disponíveis para CTAs os Filtros de Barreira de Água (WBF – Water Barrier Filtration), em conformidade com a norma EI 1588. Esses filtros, qualificados pela EI 1588, são projetados para remover água livre e partículas sólidas do combustível. O elemento filtrante possui uma camada hidrofóbica interna que repele a água livre no lado a montante do filtro, sem absorvê-la ou retê-la. O design do elemento permite que, após a interrupção do fluxo, a água livre acumulada a montante seja direcionada para o fundo do vaso, onde pode ser drenada. As partículas sólidas, por sua vez, ficam retidas no meio do elemento. Atualmente, esses filtros são fabricados de acordo com a EI 1588 – 2ª edição. Exemplos de elementos WBF incluem os modelos CDFX, ACOX e FWB.

Percebam que a filtração nos postos de abastecimento de aeronaves é tratada com extrema seriedade. As distribuidoras e a indústria de abastecimento de aviação trabalham de forma incansável e dedicada para aprimorar continuamente esses itens essenciais de segurança. A busca por melhorias tecnológicas e processos mais eficientes é constante, visando garantir a máxima qualidade e confiabilidade no fornecimento de combustível para aeronaves.

A aviação de abastecimento, reitero, é uma área que exige altíssima responsabilidade. Não há espaço para falta de atenção, descuidos ou negligências, pois qualquer falha pode resultar em consequências catastróficas, colocando em risco a vida de inúmeras pessoas. O nível de segurança exigido nos controles de qualidade, especialmente na filtração de combustíveis de aviação, é uma condição SINE QUA NON para garantir a integridade e a confiança em todo o processo. A excelência nesse aspecto não é apenas uma meta, mas uma obrigação inegociável.

No próximo newsletter, abordaremos um tema de grande relevância: a filtração do JET, o principal combustível utilizado na aviação. Exploraremos detalhes técnicos, avanços tecnológicos e boas práticas que garantem a qualidade e a segurança desse produto essencial para o setor aéreo. Fiquem atentos, pois será um conteúdo rico em informações e insights valiosos.

Alexandre Saraiva

Alexandre Saraiva

Especialista em aviação de abastecimento.

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