A companhia aérea suíça, que opera dois jatos Embraer e acaba de receber a terceira unidade do modelo, disse que há interesse na variante E195-E2

Se alguém ainda duvida da eficiência oferecida pela nova família de jatos comerciais da Embraer, fale com os executivos da Helvetic Airways . A companhia aérea suíça, uma das primeiras a estrear uma aeronave da série E2, revelou em uma entrevista coletiva na quarta-feira que o E190-E2 tem sido até 20% mais econômico que seu antecessor , em vez de 17,3% conforme o esperado pelo fabricante.

“Concluímos 846 vôos com os dois primeiros E190-E2 até agora e descobrimos que a economia de combustível é ainda maior do que o que a Embraer prometeu”, disse Tobias Pogorevc, CFO da Helvetic. O executivo acrescentou que a confiabilidade da aeronave é muito alta (99%) e que os motores Pratt & Whitney PW1900 não tiveram nenhum problema até agora. Havia alguma preocupação por causa das falhas apresentadas por uma versão usada pelo rival da Airbus A220.

Pogorevc estava muito interessado no E195-E2 , o maior membro da família, apresentado em Zurique. “Queremos dar uma olhada mais de perto na aeronave e estamos conversando com a Embraer pensando que o 195 complementaria muito bem o 190. É bem possível que compremos os 195 ”, afirmou.

A Helvetic Airways foi a terceira companhia aérea do mundo a receber o E190-E2 em outubro do ano passado . Atualmente, possui três aviões na frota, os mais recentes (HB-AZC) entregues nesta semana. O pedido total da companhia aérea é de 12 unidades e quatro delas devem ser recebidas durante o verão para aposentar os E190s de primeira geração (11 aeronaves). Até o ano passado, a companhia aérea pilotava os antigos Fokker 100, que acabaram sendo vendidos para um grupo australiano.

Além de rotas próprias, a Helvetic também presta serviços à Swiss, parte do grupo Lufthansa. A companhia aérea opera a rota de wet-lease de Zurique-Munique para a própria Lufthansa.

Entregas crescentes, pedidos nem tanto

A nova família E2 da Embraer é uma evolução dos E-Jets, uma série que domina o mercado abaixo de 130 assentos na aviação comercial, com 1.579 aeronaves entregues até dezembro de 2019. Com três versões (E175-E2, E190-E2 e E195-E2) , a nova série oferece mais espaço interno, alcance e menores custos operacionais. No entanto, as vendas foram frustrantes. Atualmente, existem 171 pedidos firmes e 108 opções, mas apenas para as variantes maiores – o E175-E2 permanece sem um único cliente .

Após um lento início de produção, a Embraer acelerou as entregas, terminando 2019 com 18 jatos enviados aos seus clientes – 11 da versão E190-E2 e sete da E195-E2 e que é capaz de transportar cerca de 136 passageiros. Entre as possíveis causas da falta de grandes encomendas, está o atraso no início da joint venture entre a Embraer e a Boeing, que parou na União Européia.

O comitê que analisa a proposta solicitou mais tempo e informações antes de decidir, no entanto, o atraso já causou críticas das companhias aéreas e dos locadores por favorecer a Airbus. Na opinião desses clientes em potencial, a Embraer sozinha não tem a mesma margem de negociação que a gigante aeroespacial europeia, que acaba de comprar a participação da Bombardier no A220 , um jato rival E2. A preocupação é que o mercado fique desequilibrado em favor da Airbus, tornando o ambiente menos competitivo, justamente o motivo alegado pelas autoridades européias para adiar a joint venture.

Dada a boa recepção do E190-E2 pela Helvetic, a disputa entre as duas aeronaves pode ser interessante no futuro.

Fonte: Airway