Líderes falam sobre o Futuro: Perspectivas para o mercado aeroportuário no Brasil. Por Rafael Echevarne

Líderes falam sobre o Futuro: Perspectivas para o mercado aeroportuário no Brasil. Por Rafael Echevarne

Adaptar as infraestruturas aeroportuárias às necessidades atuais e às futuras demandas exige importantes investimentos e planejar as etapas de melhorias será fundamental para contribuir com a otimização da malha de aeroportos

O futuro do mercado aeroportuário no Brasil é bastante promissor, apesar das implicações da pandemia da Covid-19. O momento ainda é de imensos desafios, todo o setor da aviação está no curso do processo de decolagem rumo a novos tempos, a partir do avanço da vacinação. O que assistimos no Brasil, no entanto, é um cenário concreto de boas perspectivas, que vêm se consolidando ao longo dos últimos anos, desde 2011, com as primeiras rodadas de concessões de aeroportos.

O Brasil é um dos mais importantes mercados de transporte aéreo do mundo. De acordo com a IATA, até 2019, estava entre os cinco maiores mercados domésticos globais e é o principal na América Latina e Caribe, onde ACI-LAC atua como representante da indústria aeroportuária desde 1991. Assim como em outros países da região, o mercado doméstico brasileiro se destaca pela necessidade de cobrir uma extensão continental, conectar pessoas e movimentar cargas por longas distâncias. Viagens aéreas no Brasil não são um luxo, e sim, uma necessidade crucial para o desenvolvimento sócio-econômico. Adaptar as infraestruturas aeroportuárias às necessidades atuais e às futuras demandas exige importantes investimentos e planejar as etapas de melhorias será fundamental para contribuir com a otimização da malha de aeroportos.

Não é surpreendente notar que o Brasil é o país do mundo com a maior presença de operadores aeroportuários internacionais. Atualmente são sete e muitos deles operam e participam ativamente do setor em outros países da América Latina, sendo a maioria associados de ACI no país e no resto do mundo. Neste sentido, inicialmente o que atrai  o interesse do setor privado na gestão e desenvolvimento de infraestruturas de transporte aéreo no Brasil é seu potencial de crescimento – sobretudo do mercado internacional – e as oportunidades de eficiência operacional. Os marcos regulatórios e a evolução do processo licitatório também são fatores que justificam a confiança de investidores estrangeiros no Brasil em momentos como o atual, quando a pandemia freiou bruscamente a trajetória de crescimento contínuo da indústria na América Latina e Caribe e, a despeito da conjuntura, o Brasil realizou uma bem-sucedida 6ª rodada de concessões aeroportuárias, com mais 22 aeroportos concedidos à iniciativa privada em abril de 2021.

A mudança na modelagem dos leilões, que passou a ser em blocos a partir da 5ª rodada, é um aspecto em destaque, compreendido como algo positivo não apenas para o investidor, mas sobretudo para o país, pois viabiliza a aquisição de terminais de menor movimentação, incentivando o desenvolvimento regional do tráfego aéreo e permitindo que os governos invistam recursos públicos em outras áreas. A estratégia de concessão de grupos de aeroportos que incluam grandes e pequenos terminais tem sido utilizada em outras partes do mundo, incluindo América Latina e Caribe, e é um dos fatores, no Brasil, que permitirá ampliar a malha aérea e fazer a aviação chegar a mais destinos.

A pandemia trouxe a necessidade de se criar alternativas no ambiente aeroportuário para trazer mais segurança e facilidades às viagens, e o Brasil, rapidamente, incorpora o que a tecnologia apresenta, como processos sem contato, que agilizam verificação de segurança e controle de passaporte, reconhecimento facial para embarque, apenas para citar alguns exemplos.

Os aeroportos brasileiros também estão empenhados em mitigar seus impactos no meio ambiente e participar do combate às mudanças climáticas. Quatro aeroportos brasileiros (Brasília, Natal, Belo Horizonte e Salvador) já fazem parte do programa de credenciamento de redução de emissão de carbono de ACI (AirportsCarbonAccreditation – ACA), único padrão global de gerenciamento de emissões globais de carbono específico para aeroportos. Além disso, também buscam se adequar rapidamente aos protocolos sanitários estabelecidos pela OACI e reconhecidos pela OMS para garantirem a confiança do passageiro de que a experiência de viagem é segura. No Brasil, os aeroportos de Brasília, Guarulhos, Viracopos, Belo Horizonte e RIOGaleão  já possuem o certificado de credenciamento no programa Airport Health Accreditation- AHA, que estabelece padrões globais de segurança sanitária contra a Covid-19.

É com plena convicção no potencial do mercado brasileiro que ACI-LAC se coloca à inteira disposição dos operadores aeroportuários e demais entes da indústria, assim como do poder público, para, como representante do setor aeroportuário na região, colaborar com sua expertise para o desenvolvimento do mercado de aeroportos no Brasil.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Portal AirConnected

Rafael Echevarne

Rafael Echevarne é o diretor-geral do Conselho Internacional de Aeroportos – América Latina e Caribe (ACI-LAC). Anteriormente, foi CEO do Aeroporto de Montego Bay, Jamaica, e ocupou cargos em organizações internacionais e empresas aeroportuárias na Europa, Australásia e Oriente Médio, tornando-se especialista em regulamentação econômica aeroportuária, privatização e infraestrutura e desenvolvimento de negócios. Rafael é PhD em economia e transporte aéreo pela Cranfield University, no Reino Unido.
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