Conseguimos perceber a transformação das preocupações da ANAC sobre o: quem, quando ou como vai ser feito, para: quais os resultados as decisões irão trazer.
Consigo enxergar com clareza o gráfico do nível de exigência das regulamentações da aviação civil ao longo dos anos. Passamos de uma época com muita rigidez e decisões em cada detalhe da gestão aeroportuária para uma em que a administração do aeroporto possui muito mais autonomia nas decisões internas para gestão e garantia da segurança operacional.
O que fica no pensamento é o motivo dessa flexibilização das regulamentações. Pare um pouco a leitura e tente pensar nas opções de resposta para esta dúvida. Eu pensei aqui em duas opções: O nível de segurança operacional aumentou e, com isso, a confiança nas administrações aeroportuárias ou, cientes das concessões para a iniciativa privada, entendeu-se que não seria possível atender todas as exigências do regulamento.
É importante ressaltar que não há resposta certa a não ser que você seja a pessoa que deliberou sobre essa flexibilização. O caso é que é possível que as duas estejam certas. Realmente temos reduzido o número de acidentes e o nível de compreensão e atuação para segurança das operações aumentou consideravelmente. Além disso, tínhamos a gestão de aeroportos na responsabilidade de uma única organização e agora passamos a ter diversas empresas nessa gestão, que tentam a cada dia captar profissionais que possam atuar nas diversas áreas que possuem responsabilidade direta com a operação e manutenção de um aeroporto.
Conseguimos perceber a transformação das preocupações da ANAC sobre o: quem, quando ou como vai ser feito, para: quais resultados as decisões irão trazer. Hoje, o olhar está voltado para a eficiência das tomadas de decisão e o aumento do nível de segurança operacional. Não são quantas não conformidades um aeroporto recebe em uma auditoria e quais delas já são reincidentes, e sim qual o nível de risco que essas não conformidades trazem para a operação e o que está sendo feito para garantir a segurança operacional. É a visão da importância, do comprometimento, tentando tirar o pensamento de “vou fazer porque o regulamento pede” e transformar no “vou fazer porque é importante para a operação do aeroporto e não vai pôr em risco a vida de pessoas”. O quem, quando ou como é responsabilidade da administração aeroportuária, que precisa captar profissionais que irão se comprometer com o alcance dos objetivos, sempre orientados pelas leis, regulamentações e normas internas.
Não importa, por exemplo, que o gestor de manutenção tenha 5 anos de expertise em indústrias ou em aeroportos (Referência: RBAC 153 emenda 02 para aeroportos classe III e IV), o importante é o que o profissional escolhido pela administração aeroportuária apresenta de resultado das suas decisões e gestão da equipe.
A agência está seguindo uma tendência mundial aplicada em diversas organizações, onde as ações são pautadas considerando o quanto realmente contribuem para o alcance dos objetivos, trazendo aos gestores uma visão sistêmica sobre a organização como um todo e tirando a visão isolada do que é preciso apenas para um setor. Essa metodologia fortalece o trabalho em equipe e direciona as visões para um objetivo comum.
Deixe uma mensagem
Your email address will not be published. Required fields are marked with *