Não há dúvidas de que as aeronaves eVTOL serão disruptivas para o transporte aéreo urbano nas grandes cidades, especialmente aquelas com altos níveis de congestionamento. Mas quais cidades serão pioneiras na implementação desse novo modal de transporte?

Para responder a essa pergunta, é necessário considerar diversos fatores, como o cronograma de desenvolvimento da regulamentação pelas agências de aviação civil, a certificação e fabricação de aeronaves encomendadas, a disponibilidade de infraestruturas adequadas para a operação destas aeronaves, a aceitação da nova tecnologia pela população, os custos e a demanda por mobilidade aérea avançada, entre outros.

As primeiras agências reguladoras a criar normatizações para as aeronaves e iniciar os processos de certificação, considerando o controle do tráfego aéreo e a segurança operacional, serão provavelmente a FAA (EUA), EASA (Europa) e CAAC (China). Logo em seguida, poderá ser a vez da ANAC e outras agências internacionais. A regulamentação é um fator essencial para o desenvolvimento de um ecossistema eficiente e seguro para o novo modal de transporte; entretanto, não é o único.

A fabricação de aeronaves vem logo em seguida, pois a disponibilidade de aeronaves certificadas para o mercado será gradual, ainda que várias unidades já tenham sido encomendadas. Os países com mais encomendas são os Estados Unidos (5434 unidades), China (1478), Reino Unido (854), Índia (830) e Brasil (830). Das aeronaves encomendadas por esses países, em média, 27% foram feitas por empresas aéreas da aviação regular, como Gol, Azul, United, Delta e American Airlines, entre outras.

Os vertiportos são essenciais para a escalabilidade do eVTOL. A disponibilidade de infraestrutura acessível, que demande pouco tempo de deslocamento do passageiro, permita o rápido e eficiente processamento de passageiros e aeronaves, disponha dos recursos adequados ao apoio de operações de eVTOL e proporcione elevada segurança operacional, tornará o serviço prestado pelas operadoras de eVTOL mais eficiente e confiável, gerando economia de escala e redução no preço das passagens aéreas.

A aceitação das aeronaves pelo público também será gradual e levará algum tempo, possivelmente acompanhando também o nível de custo desse transporte inovador; no entanto, em cidades com histórico de ampla utilização de helicópteros como meio de transporte, como São Paulo, Nova Iorque, Londres e Tóquio, será mais fácil convencer os cidadãos que já utilizam esse meio de transporte.

Não menos importante, o congestionamento nas grandes cidades será um fator que incentivará cada vez mais a demanda pelo transporte aéreo urbano avançado. Entretanto, este novo modal de transporte não poderá ser a solução para o congestionamento das vias terrestres, mas sim uma mitigação.

Assim, imaginamos que cidades como Nova Iorque, Chicago, Londres, Paris, Pequim, São Paulo, Rio de Janeiro, Dubai, entre outras, serão pioneiras na adoção do eVTOL pelo mundo.

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Fotos: EVE

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