AirConnected 2022 abriu espaço para o debate sobre o cenário pós pandêmico e o transporte aéreo

AirConnected 2022 abriu espaço para o debate sobre o cenário pós pandêmico e o transporte aéreo

Evento realizado em São Paulo reuniu companhias aéreas, aeronáutica, gestões públicas e empresas desenvolvedoras de tecnologias, serviços e produtos para o setor

O cenário pós pandemia foi um dos temas do AirConnected 2022 – Transporte Aéreo Resiliente, Flexível e Tecnológico, evento que aconteceu na capital paulista nos dias 4 e 5 de outubro, no centro de exposições Frei Caneca, em São Paulo, e que discutiu o cenário aeroportuário e as repercussões na mobilidade urbana envolvendo toda a cadeia do transporte aéreo.

O evento foi oficialmente aberto com a participação de Paula Faria, CEO e Idealizadora – Necta e AirConnected e de Ricardo Fenelon, sócio fundador da Fenelon Advogados, anfitriões do AirConnected e seguiu com intensa programação, que abordou os desafios do cenário aeroportuário com a retomada da demanda tanto no setor doméstico como no internacional, a pressão do custo do combustível de aviação na composição dos preços das passagens aéreas, entre outras temáticas que estão no horizonte do transporte aéreo de passageiros.

“O transporte aéreo é estratégico para a composição de uma realidade com mais mobilidade nos cenários urbanos. Pode contribuir sobremaneira, por exemplo, com as logísticas de distribuição de cargas, participando do last mile. A presença de tantos especialistas, empresários e representantes do poder público e das Forças Armadas é um indicativo da resiliência e do compromisso assumido por todos para o franco desenvolvimento do setor.

Um dos painéis mais concorridos foi o que reuniu o coronel aviador Mauro Carrinho de Moura, do DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) – Força Aérea Brasileira, o diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), Rui Amparo, Jerome Cadier, CEO – LATAM e Adalberto Febeliano, vice-diretor da Modern Logistics, como mediador, para debater as perspectivas do setor aéreo para 2023.

Na visão do coronel aviador Mauro Carrinho de Moura, do DECEA, as reformulações para a otimização do espaço aéreo, em conjunto com as companhias aéreas e entidades, viabilizaram entrar nesta fase pós pandêmica com um sistema mais alinhado com as novas políticas de sustentabilidade e eficiência. “As modificações feitas nos permitirão atender as demandas futuras”, disse.

Já o CEO da LATAM, Jerome Cadier,  alertou para a necessidade de rever exigências operacionais definidas nos momentos mais críticos da pandemia e que hoje perderam a razão de continuarem vigentes. “Ainda temos instruções quanto operar em slots determinados, com a obrigação da limpeza das aeronaves e ao desembarque escalonado. Apenas o desembarque mais lento implica em cinco minutos a mais em toda a operação de cada avião, o que nos obriga a usar dois a três aviões a mais para atender essas medidas. Esperamos que sejam modificadas em breve”.

Outra questão que deve ser repensada é a que envolve a cobrança de despacho de bagagens. “A política de bagagens deve ser revista. Devemos ter a capacidade das companhias aéreas de precificar de forma livre esse serviço. Esperamos que todos nós – governo, companhias aéreas e passageiros – nos alinhemos quanto à dinâmica da operação, como acontece em todo o mundo, no qual o passageiro paga pelo serviço que escolhe, com mala ou sem mala”.

Quanto a 2023, Cadier está otimista. A aviação está em um mundo mais normal. Os voos domésticos já operam com níveis muito similares aos de antes da pandemia; no internacional, entretanto, demorará mais 18 meses para retomar o mesmo patamar de 2019, disse. O CEO da Latam afirmou que a crise ainda não passou e empresas como a LATAM ainda operam abaixo do ano retrasado.“Mas, olhando para 2023, a perspectiva é boa. Mesmo com a crise na Ucrânia e o impacto no preço do combustível de aviação — não podemos deixar de esquecer que entre 40-45% dos nossos custos são combustível –, acreditamos que essa situação tende a se resolver ou ser melhor equacionada no futuro”, avalia.

O diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR (Associação Brasileira de Empresa Aéreas), Rui Amparo, manifestou otimismo moderado para 2023. “O otimismo vem da demanda aquecida, mas também da gestão de crise que foi colocada em prática logo nos primeiros momentos da pandemia, além da capacidade de manter na memória as práticas e soluções encontradas. Estamos todos ‘enferrujados’; precisamos aprender a lidar com esta nova realidade. Acreditamos que um planejamento para médio e longo prazo a partir de 2023 é mais que necessário”, finalizou.

Connected Urban Air Mobility

Em 2022, o AirConnected teve uma novidade: o lançamento do Connected Urban Air Mobility (CUAM), conectando as novas soluções de mobilidade aérea, como eVTOLs e aeronaves regionais elétricas, com a discussão da cadeia de transporte aéreo, de cidades e mobilidade urbana, eventos simultâneos e complementares ao CUAM.

Além do avanço da tecnologia, o setor de transporte está passando por mudanças importantes, e a indústria aeroespacial está atenta e acompanhando essas mudanças, apesar de ser a mais atingida dos setores. À medida que os governos introduzem novas medidas para que as empresas reduzam sua pegada de carbono, a mobilidade aérea regional será a próxima tendência disruptiva no transporte.

O Connected Urban Air Mobility discutiu o desenvolvimento do mercado, com especialistas e a participação de OEMs (Original Equipment Manufacturer), autoridades e reguladores da aviação, fornecedores de transporte, investidores, startups, empresas de hardware e software, governo, órgãos reguladores e associações comerciais, consultores, academia e gestão de tráfego aéreo.

Na área de exposição, várias empresas do setor mostraram quais podem ser os benefícios da utilização das inovações tecnológicas para o ganho de eficiência do transporte aéreo no cenário urbano.

O AirConnected aconteceu simultaneamente ao Connected Smart Cities & Mobility, evento que reuniu empresas, poder público, academia, associações e especialistas em torno da discussão sobre como aumentar a eficiência das cidades na gestão de seus serviços e recursos. Os eventos foram realizados nos dias 4 e 5 de outubro no espaço de exposições Frei Caneca, em São Paulo, e seguiram digitalmente até o dia 6.

Valeria Bursztein

Por Valeria Bursztein

8ª Connected Smart Cities & Mobility e AirConnected -Transporte Aéreo Resiliente, Flexível e Tecnológico

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