Já bastante consolidado no ambiente acadêmico do nosso País e também conhecido no cenário internacional (sua criação no ano de 1950 foi baseada no Massachusetts Institute of Technology – MIT), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA é responsável pela formação de engenheiros por meio de seis cursos de graduação: Engenharia Aeroespacial, Engenharia Aeronáutica, Engenharia Civil-Aeronáutica, Engenharia de Computação, Engenharia Eletrônica e Engenharia Mecânica- Aeronáutica. Ao longo de seus mais de 70 anos, o ITA tem formado milhares de
engenheiros de alta qualidade formando uma grande rede de especialistas espalhados pelo Brasil e pelo mundo fomentando ciência e desenvolvimento em várias áreas e setores da sociedade, inclusive com participação direta na escolha do primeiro astronauta brasileiro.Vale lembrar aqui a famosa frase do então Coronel Casimiro Montenegro Filho quando assumiu a missão de fundar as bases de uma indústria de aviação nacional, o que foi possível por meio do ITA: “antes de produzirmos aeronaves, precisamos produzir engenheiros”.
Pesquisando sobre a influência do ITA nas mais variadas camadas e áreas de mercado, vê-se o quanto esta casa formadora de engenheiros tem colaborado na formação de lideranças, tanto no setor público como no privado. São diretores, CEOs, presidentes, membros de comitês, ministros de Estado, empreendedores etc. Como resultado do empenho de todos os investimentos no capital humano ao longo das sete décadas, temos hoje excelentes frutos para a nossa indústria, para a academia e para a ciência nacional. O pensamento do Marechal do Ar Casimiro Montenegro de montar uma estrutura aeroespacial no Brasil a partir da formação de alta qualidade teve ressonância e seu sonho foi abraçado por outros muitos homens e mulheres. O quadro abaixo traz alguns exemplos de brasileiros de sucesso ao longo da história do ITA.

Outra grande influência do ITA se deu na criação da Empresa Brasileira de Aeronáutica – Embraer, atualmente a terceira maior fabricante mundial de aviões, bem como na indústria aeronáutica como um todo. Fundada em 1969 pelo engenheiro e oficial da FAB Oziris Silva (um ex-aluno do ITA), a empresa tem sido motivo de muito orgulho para o Brasil colocando-o na vanguarda da produção de aeronaves. Seu primeiro grande sucesso foi o avião bimotor “Bandeirante” (que acaba de completar 50 anos). Além deles, outros podem ser citados, como: Tucano, Xavante, Sêneca, Xingu, Brasília, a família ERJ. Nos últimos anos, sua visibilidade aumentou mais ainda quando da produção dos jatos executivos e regionais, recebendo dezenas de encomendas ao redor do mundo. São eles: EMB 145 e 175, ERJ135 e 140, LEGACY, E170, 175, 190 e 195. Não podemos deixar de fora o jato militar KC-390 (Millennium), o maior avião militar projetado, desenvolvido e fabricado no continente sul-americano, cuja operação se deu em 2019. Esta aeronave é hoje um dos principais vetores no cumprimento da missão institucional da FAB. Vários pedidos de encomendas já foram feitas à Embraer, com destaque à Força Aérea Portuguesa.

Em colaboração com a Agência Espacial Brasileira – AEB, o ITA tem participado de projetos de produção de“nanossatélites” (satélite artificial com massa entre 1 kg e 10 kg). Como exemplos, podemos citar o SPORT (Scintillation Prediction Observation Research Task), desenvolvido pelas agências espaciais do Brasil e dos Estados Unidos (Nasa), foi lançado em 26 de novembro de 2022 do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, para investigar atrasos na comunicação via satélite, um problema que pode comprometer serviços baseados no funcionamento das transmissões de rádio e do sistema GPS. O instrumento de observação foi criado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e ITA, em parceria com o Marshall Space Flight Center, da Nasa, e universidades norte-americanas. Outro projeto em que o ITA está envolvido é o ITASAT 2 que complementa o SPORT em uma missão de clima espacial para estudos da ionosfera e de geolocalização. A entrega está prevista para dezembro de 2025.

O ITA ainda tem relação direta com a formação e participação do primeiro astronauta brasileiro. Em 2006, Marcos Pontes realizou a Missão Centenário, fruto de uma parceria entre a AEB e a Agência Espacial Russa, ficando 10 dias na Estação Internacional Espacial como Especialista de Missão, responsável pela manutenção dos sistemas da espaçonave e pela execução de pesquisas científicas escolhidas pela Academia Brasileira de Ciências. Conforme se vê, o ITA tem se mostrado um excelente instrumento dentro do sistema e estrutura educacionais do Brasil apresentando resultados altamente satisfatórios e assim, contribuindo na elevação do nível intelectual dos jovens que nele adentram e dos futuros engenheiros ali formados. Ao longo de mais de sete décadas, o instituto militar dirigido de maneira brilhante pela Força Aérea Brasileira por meio doDCTA, tem sido motivo de orgulho ao fazer parte de um seleto grupo de instituições que no cenário mundial se destacam na formação de profissionais para as engenharias
aeronáutica e espacial.

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